O perplexo ex-secretário de Estado da
Energia, Henrique
Gomes, mostrou-se surpreendido na Comissão
Parlamentar de Economia, que analisa o caso das rendas excessivas da EDP, com o
facto de o presidente desta empresa, António
Mexia, já saber de um estudo sobre o assunto encomendado
à Universidade de Cambridge poucas horas após a sua entrega ao Governo pelo
ministro da Economia, dando a entender que poderia haver uma garganta funda no
Governo.
Henrique Gomes parece não ter ainda
percebido que é hoje "ex" e não secretário de Estado porque quem se
mete com a EDP leva. No Governo, convenceu-se de que o memorando da
"troika" era para cumprir não só em relação a trabalhadores,
pensionistas, desempregados e pobres em geral mas também na parte que toca a
grandes empresas como a EDP. Assim, quis dar seguimento ao compromisso de
redução das rendas excessivas no sector eléctrico. Ninguém lhe explicou que o
Governo governa mas quem governa o Governo são os "Antónios Mexias"
da banca e das grandes empresas. Obviamente, foi demitido.
Apesar disso, o agora ex-secretário de
Estado parece continuar a acreditar que empresas como a EDP e Governo são
coisas distintas. E, na Comissão de Economia, deu mesmo sinais de julgar que o
Governo responde perante a AR e não perante António Mexia.
Merece decididamente o título de Ingénuo
do Ano.
JN, 01/05/2012 - M. A. Pina
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