Monumentos. O orgulho branco não pode deixar de os erguer por toda a parte,
os poetas de coroa de louros e lira na mão, os guerreiros de espada à cinta ou
em riste, os governantes petrificados num gesto. E ei-los soberbos nos
pedestais, épicos, heroicos ou solenes, relanceados de soslaio por olhos
mornos, analfabetos e humilhados, que neles fixam apenas as pregas da
gargantilha, a catana agressiva ou a mão imperiosa. Cantores, conquistadores,
administradores. Bronzes de eternidade vã, destinados mais cedo ou mais tarde a
uma nova encarnação. Paro a contemplá-los, e não consigo evitar que a
imaginação os não derreta e os molde num futuro próximo por conta doutras
glórias. Por conta dos muitos Gungunhanas
que esperam também a sua consagração.
Sem comentários:
Enviar um comentário