Segundo o "Dinheiro Vivo", a 'troika'
governante terá dado conta aos seus delegados locais de que "os salários
ainda podem descer mais e que pode poupar-se mais no sector da Saúde".
A notícia não adianta pormenores, mas certo é que,
quando a 'troika' fala em salários que ainda podem descer mais não se refere ao
salário do dr. António Mexia (que, até onde se sabe, ainda não desceu coisa
nenhuma), mas ao seu, leitor, "mon semblable, mon frère".
Não se conhece igualmente porquê nem para quê têm os
salários que descer ainda mais, mas não é, obviamente, para estimular o consumo
interno e o crescimento da economia. Em contrapartida, o pagador das promessas
do Governo à 'troika' é fácil de antecipar. Ou me engano muito ou "a
despesa" será reduzida no sítio do costume, que está à mão de semear e,
mais manifestação menos manifestação, mais greve menos greve, é fácil, é barato
e dá milhões: os vencimentos da função pública e as pensões dos reformados.
É também já possível ter uma ideia de quanto uns e
outros irão "descer mais" e de quanto se irá "poupar mais"
na Saúde: as PPP custaram 323,8 milhões ao Estado no primeiro trimestre deste
ano, 28,8% acima do que custaram em igual período de 2011. E, parafraseando S.
João Baptista, é preciso que nós diminuamos (Passos Coelho diz
"empobreçamos") para que eles continuem a crescer.
JN, 29/05/2012 – M. A. Pina
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