sábado, 4 de maio de 2013

4 de Maio [1966]

A Solidão de Irene Lisboa (agora publicada em 2ª edição pela Portugália) esgotou-se em pouco tempo. A tiragem não foi grande (1500 exemplares).
Em todo o caso o facto entusiasmou-nos. Irá terminar a greve geral dos leitores que dura há tantos anos e tanto faz sofrer a pobre Irene Lisboa?
Porque é que os outros vendem e eu não? – clamava ela com desespero justo sempre que vinha jantar com a Rosalia e comigo o seu peixito cozido.
É essa a sua triste aristocracia!... – estive eu para lhe responder, consolador, em várias ocasiões.
Mas calava-me cheio de ternura e de respeito por aquela extraordinária artista que escrevia orgulhosamente contra o leitor…
… Ponte que não contava com a existência de outra margem para atravessar este rio de nuvens… a Realidade era aquilo que ela fixava.

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