A Solidão
de Irene Lisboa (agora
publicada em 2ª edição pela Portugália) esgotou-se em pouco tempo. A tiragem
não foi grande (1500 exemplares).
Em todo o
caso o facto entusiasmou-nos. Irá terminar a greve geral dos leitores que dura
há tantos anos e tanto faz sofrer a pobre Irene Lisboa?
– Porque é que
os outros vendem e eu não? – clamava ela com desespero justo sempre que vinha
jantar com a Rosalia e comigo o seu peixito cozido.
– É essa a
sua triste aristocracia!... – estive eu para lhe responder, consolador, em
várias ocasiões.
Mas calava-me
cheio de ternura e de respeito por aquela extraordinária artista que escrevia
orgulhosamente contra o leitor…
… Ponte que não contava com a existência de outra margem para
atravessar este rio de nuvens… a Realidade era aquilo que ela fixava.
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