O presidente de uma câmara que tinha (e provavelmente
continua a ter) dívidas de milhões à Águas de Portugal foi premiado, mal o
actual Governo tomou posse e começou o bodo aos "boys", com o
Conselho de Administração da Águas de Portugal e nunca mais se soube dele, nem
se terá conseguido, agora como credor, ser tão eficaz como fora como devedor.
Voltou agora às primeiras páginas e, após quase um ano
de discreto e laborioso esforço, o rato pariu uma montanha: o preço da água
vai, aleluia!, ser finalmente igual para todos os portugueses, vivam eles em
palacetes da Avenida do Brasil, no Porto, ou da Lapa, em Lisboa, ou vivam em
qualquer casal perdido do Nordeste Transmontano e da Beira Interior. Por fim
uma medida revolucionariamente igualitária: toda a gente irá pagar entre 2,5 e
três euros por m3 de água. Afinal, diz o novo administrador, "as pessoas
podem gastar o que quiserem no telemóvel, e gastam muito mais que isso"...
Assim se fará (já não era sem tempo) justiça aos
portugueses da Avenida do Brasil e da Lapa, que já pagam há anos isso, e se
acabará com os privilegiados de algumas pequenas terras do interior, que – pois
a igualdade tem um preço – verão a conta da água aumentar 200 ou 300%.
Se a água quando nasce é para todos, também o preço
dela deve ser. E quem não puder pagá-la que fale menos ao telemóvel.
JN, 25/05/2012 – M. A. Pina
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