Se o ódio é cego, o medo tem, em contrapartida,
aturados olhos e vê sombras e ameaças em cada esquina. Até no céu: noticia o
jornal "Haberturk", de Ankara, que prosseguem as investigações
dos serviços secretos turcos sobre um abelharuco (pequena ave da
família dos meropídeos) suspeito de espionagem a favor de Israel.
Há boas razões para os turcos se preocuparem, pois o
suspeito foi encontrado morto num campo, com uma anilha de identificação que
dizia "Israel". O Centro de Acompanhamento de Aves israelita diz que
a colocação de anilhas em pássaros se destina a estudar as suas rotas migratórias,
mas quem acredita em judeus? O suspeito tinha asas "invulgarmente
grandes" capazes de esconder um dispositivo de vigilância e, além disso,
usa várias identidades: só em Portugal é conhecido por abelheiro, abelhuco, airute,
alderela, bejaruco, fulo, gralha, melharuco e pito-barranqueiro. Depois, o
facto de trazer camuflagem colorida indicia a natureza militar da sua missão. É
certo que tem um longo e pouco sigiloso bico, mas também o superespião Jorge
Silva Carvalho tem.
Não foi, em 2011, detida na Arábia Saudita, por
fazer parte de um "complot de espionagem sionista", uma cegonha com
anilha da Universidade
de Telaviv? E não anunciou há dias o Irão que enforcou uma
"toupeira" de Israel? Tenham medo, muito medo. Não tirem os olhos do
céu. Nem de debaixo do chão.
JN, 18/05/2012 – M. A. Pina
Sem comentários:
Enviar um comentário