Começam a vir a público as notícias (para
já do sector das bebidas e da Centromarca,
que reúne as empresas de produtos de marca) que eram de esperar: na badalada
promoção do Pingo Doce no 1º de Maio,
Alexandre
Soares dos Santos é que pôs as barbas e o barrete vermelho mas o Pai Natal
foram os seus fornecedores.
Soares dos Santos nega tudo e desafia, em
tom de velada ameaça: "Eu gostava de saber quem são esses fornecedores que
se queixam". O que se passa, diz ele, é que alguns fornecedores
"estão alinhados" com o Pingo Doce... Só que, segundo a "Agência
Financeira", os fornecedores "receiam que os seus produtos sejam
retirados dos supermercados do grupo, caso não alinhem".
Já no sector agroalimentar, o oligopólio
da distribuição propicia a proletarização dos produtores nacionais, a quem
Pingo Doce e demais supermercados impõem os preços que entendem, sob pena de
irem comprar ao estrangeiro (mais caro, mas "castigando-os" com o não
escoamento dos produtos). Albino Silva, da Associação de Lavoura
do Distrito de Aveiro, não pode ser mais claro: "É a nossa custa que o
Pingo Doce está a dar os produtos praticamente de graça (...) acaba[ndo] com a
nossa agricultura".
Por algum motivo, o Pingo Doce pode vender
43 milhões (vendas brutas) em produtos com descontos de 50% e, mesmo assim,
continuar, como afirma Soares dos Santos, a vender acima do preço de custo.
JN, 11/05/2012 – M. A. Pina
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