domingo, 30 de junho de 2013

Miguel Torga

S. Martinho de Anta, 30 de Junho de 1974 – Lá fui falar a Sabrosa, movido por um imperativo moral. No momento confuso que atravessamos, era um dever não fechar os ouvidos ao apelo que me vinha destes lados. Maldito seja quem se nega aos seus nas horas apertadas. Mas, enquanto arengava, por mais que iludisse os olhos, não consegui ressuscitar a figura inteiriça de meu pai e sentá-la entre os homens bons do concelho. E era ela que eu precisava que estivesse ali a ouvir-me, a aplaudir-me com as suas mãos terrosas ou a mandar-me calar. 

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