Saíu enfim na
semana passada o Em Nome da Terra. E ontem
e hoje tenho passado o meu tempo a autografar livros. Trabalho irritante porque
me obriga a inventar frasezinhas especiais para cada destinatário. Porque cada
um quer ali a sua oferenda em tipo único e irrepetível, consagrado especialmente
à sua pessoa. E a mim também me chatearia bater a chapa em cada exemplar. Uma
estopada. Por sobre tudo, porém, e ao contrário de todos os outros meus livros,
este não me desassossegou a alma. Um pouco nas tintas, é o caso. Mas no fundo
talvez a minha inconsciência me faça admitir que o livro é bom. Há todavia um
pormenor desagradável com que não contava e ê a rejeição do que no romance há
de desagradável. Sobretudo pelos
leitores que me rondam a idade. Eu sempre tenho dito que o livro não é
aconselhável a maiores de 60 anos. Mas digo isto para fazer piada. E não é que
é mesmo verdade? Ainda há pouco a Mariberta telefonou lá do Porto para me dizer
que o livro lhe dá uma terrível depressão. E eu disse-lhe:
– Deite-o fora.
É que não sei
mesmo que outra coisa aconselhar. Já os jovens aguentam melhor. A verdade é que
também para eles não há morte. Em todo o caso o Lúcio – não o disse já? – declarou-me
que após a leitura do livro ficou a amar mais a vida. Aí está.
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