sexta-feira, 7 de junho de 2013

Ilha de Moçambique, 7 de Junho de 1973

Ilha de Moçambique, 7 de Junho de 1973 – Não me canso de ver e de pasmar. A fortaleza, as igrejas, a mesquita, os palácios, as moradias, as cubatas indígenas, a pegada de S. Francisco Xavier, os monumentos, as lápides, são toda a nossa heroicidade, santidade, fraternidade, cobiça e sabedoria ancoradas em pleno Índico. E tudo certo, tudo ao mesmo tempo insólito e natural, como deve ser a vida: os goeses, os monhés, as negras mascaradas, os indianos marcados, as capulanas e os turbantes. O próprio Camões, tão descabido em Luanda e no Lobito, fica aqui bem, de peito aberto ao ar marítimo do Oriente. Em vez de uma ilha real, com latitude e longitude, tenho a impressão de surpreender um acto de imaginação da pátria.

Sem comentários:

Enviar um comentário