Ilha de Moçambique, 7 de Junho de 1973 – Não me canso de
ver e de pasmar. A fortaleza, as igrejas, a mesquita, os palácios, as moradias,
as cubatas indígenas, a pegada de S. Francisco Xavier,
os monumentos, as lápides, são toda a nossa heroicidade, santidade,
fraternidade, cobiça e sabedoria ancoradas em pleno Índico. E tudo certo, tudo
ao mesmo tempo insólito e natural, como deve ser a vida: os goeses, os monhés,
as negras mascaradas, os indianos marcados, as capulanas e os turbantes. O
próprio Camões, tão
descabido em Luanda e no Lobito, fica aqui bem, de peito
aberto ao ar marítimo do Oriente. Em vez de uma ilha real, com latitude e
longitude, tenho a impressão de surpreender um acto de imaginação da pátria.
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