Coimbra, 29 de Junho de 1974 – Como
as pessoas são surdas e absurdas! Como são incapazes de entender ou pressentir
o sofrimento dos outros, mesmo quando eles têm a franqueza e a fraqueza de se
queixar! Poderia parecer que o desespero endémico da vida fosse uma razão
suficiente de reciproca compreensão e solidariedade. Mas não. Até hoje, a
humanidade ainda não criou nenhuma associação de angustiados. Nem podia.
Porque, no fundo, a angústia é a íntima percepção da radical
incomunicabilidade.
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