A sessão de evocação da obra e da figura de Jorge de Sena, realizada no Teatro de S. Carlos em 10 de Julho de 2008, teve um título que a esta distância facilmente parecerá premonitório: Jorge de Sena - Um regresso. Para falar do autor de Sinais de Fogo reunimos ali, além de um representante da Fundação, para o caso o seu patrono, algumas das pessoas mais qualificadas do pensamento literário e crítico português: Eduardo Lourenço, Vítor Aguiar e Silva, Jorge Fazenda Lourenço e António Mega Ferreira, cujas participações contaram com a inteligente moderação do ministro da Cultura, José António Pinto Ribeiro. A sala do S. Carlos estava cheia até às torrinhas, o que mostra que a premonição, se o era, estava a ser partilhada por umas quantas centenas de pessoas. Houve leitura de poemas por Jorge Vaz de Carvalho e o pianista António Rosado interpretou composições sobre as quais Sena havia escrito. Quem esteve lá não esquecerá nunca. No final a Fundação ofereceu a cada um dos participantes um estojo com chaves: as que deveriam abrir as portas necessárias para que Jorge de Sena regressasse definitivamente ao seu país. Não, não foi premonição. Simplesmente, o que tem de ser, tem de ser e tem muita força. A força de todas aquelas pessoas, quase um milhar, unidas no mesmo pensamento: que volte Jorge de Sena, que volte já. Voltou, enfim. Não sei se ficámos mais ricos. Mais conscientes das nossas responsabilidades, sim. Poucas coisas agradariam tanto a Jorge de Sena.
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