Aforismos
A mulher espera sempre uma ordem, quer lhe obedeça ou a transgrida.
Agustina, sempre
Agustina, sempre
# posto por til @ 10.3.04
Poetas da "Centelha"
POEMAS
Os dias têm o seu peso
e movimento espessura:
flúem. por vezes
cantam por vezes queimam
de brandura hoje amanhã negro
por vezes os contemplo da margem como
a um rio: a simplicidade
da noite os sinais da madrugada respiro
a transparência do tempo a intimidade
da morte.
espero-te ainda
encostado ao muro branco
da vida. não virás (eu sei)
do outro lado
do muro o teu brando
sorriso na transparência
das lágrimas. não virás
cristal de pedra: esquece
esta impaciência. por ti esperarei
encostado ao muro branco
da vida que te arrefece.
13 Outubro 2000
António Manuel Lopes Dias
LUA DE ÁGUA
haverá ainda esta lua de água
se a cinza nos cobrir os próprios passos.
março, noite a arder, o rumor e a frágua,
a estreiteza de todos os espaços.
à cidade doámos outra fome,
um arrepio de canto e florescer;
barcos correndo as ruas já sem nome,
um jeito de euforia a incandescer.
e andámos inscrevendo o timbre azul
onde era o abandono e a solidão,
a folha ressequida, a finitude.
caminhamos agora para sul.
a harpa e o desatino em cada mão,
mesmo que vida fira e nos demude.
José Manuel Mendes
POR VEZES CHEGA UM RUMOR
Por vezes chega um rumor
um surdo rumor do tempo
as pontes se desmoronam
as pétalas as palavras
de repente sem sentido
as árvores onde o vento
deixava um frio assobio.
Por vezes chega cinzento
um surdo absurdo vazio.
Manuel Alegre
AS PALAVRAS
aqui estão as palavras
com sua imensa legião de cólera
ou apenas o marulhar negro da noite
por entre subtis pétalas de sombra
ou o sumo quente dos lábios
nas juras de amor
ou o vidro árido da tristeza
no divórcio dos sonhos
misteriosas se perdem no segredo dos meses
só os poemas verdadeiramente as conhecem
Rui Namorado
# posto por Rato da Costa @ 10.3.04
Cavaco & Cunha
É o que está escrito no Diário de Notícias de hoje:
Um erro que esteve prestes a ser cometido em 1987, segundo o ex-chefe do Executivo, foi a nomeação de Cunha Rodrigues para a pasta da Justiça - sugestão transmitida a Cavaco por Fernando Nogueira. «Acabou por falar-me, com algumas reticências, no nome do procurador-geral da República, pessoa que eu conhecia mal», escreve Cavaco. Nogueira sondou o procurador-geral, que não se mostrou interessado. «Mais tarde, foram várias as vezes em que reconheci ter sido melhor esta hipótese não se ter concretizado», admite Cavaco. E com razão: Cunha Rodrigues foi uma das personalidades que lhe deu mais dores de cabeça.
# posto por til @ 10.3.04
Maneira bizarra de exercer direito de resposta
A Grande Loja do Queijo Limiano conta aqui como o C.S.M. arranjou maneira de responder publicamente a artigo do advogado-jornalista António Marinho no semanário Expresso...
# posto por Rato da Costa @ 10.3.04
LEGITIMAÇÃO
O Conselheiro Aragão Seia foi reeleito presidente do STJ. Diz a Comunicação Social que com 55 votos dos 74 juízes conselheiros do tribunal em causa.
Tem, segundo a Constituição e a Lei, toda a legitimidade democrática.
É um juiz que tive a honra de conhecer há umas dezenas de anos e, simultaneamente, o presidente do CSM. Com ele, tenho relações parcimoniosas e contida afectividade.
Para que conste e se não encontre, no que se segue, qualquer intenção perversa.
Discordo, de todo em todo, do sistema constitucional. Estando consagrado na Constituição, suponho ser dos pontos em que a Lei Fundamental precisa ser alterada e rapidamente. Confere, é certo, legitimidade formal aos eleitos, mas carecem eles, assim, de legitimação, de uma legitimidade mais profunda. Os juízes, e sobretudo os do STJ, e, em consequência e maioria de razão, o respectivo presidente, deveriam ter uma real legitimidade democrática, não elitista e corporativa. O STJ é o tribunal que nos julga de modo definitivo, não um tribunal arbitral que as partes escolhem como entendem. Quanto mais profunda for a sua legitimidade, mais ele é aceite no tecido social, pelo povo em cujo nome faz justiça. Esta também concretiza o exercício do poder político e este, em democracia, pertence ao povo. Quanto mais afastados deste estejam os órgãos de justiça, menos o povo neles se revê e sente a justiça como sendo sua, feita pelos seus juízes. Não basta que, efectivamente, os juízes sejam independentes, isentos, imparciais. Precisam de legitimação popular. Democrática. Esta está, genuinamente, no voto.
Não estou a dizer que os juízes sejam eleitos, nem que o presidente do STJ seja eleito pelo povo. Digo, com convicção, que outro modo tem de ser encontrado, em termos constitucionais, de eleger ou nomear o dito presidente. Conferindo-lhe uma legitimidade mais alargada, dadas as altas funções que exerce no Estado de Direito.
Não faltam por aí outras experiências e não tenho a veleidade de ter soluções para o caso, mas que as há, isso há. Basta querer.
Nunca pode esquecer-se que a quarta figura do Estado não pode ser encarada como se fosse um príncipe eleito entre meia dúzia de pares da corte.
Faz mal à democracia. É malsão. E por isso injusto.
Alberto Pinto Nogueira
# posto por Rato da Costa @ 10.3.04
Garcia Pereira descobre mais uma instância de recurso
# posto por Rato da Costa @ 10.3.04
NÃO SEI
Não sei se é noite, se é
tarde,
perdi o sentido do
tempo,
angústia no peito que
arde,
tristeza animada pelo
vento.
Não sei se vivo, se
morro,
perdi o riso, a
esperança,
doem-me as pernas se
corro,
arfa-me o peito se
canta.
Não sei de ti, nem de
mim,
o meu olhar está tão
gasto:
já nem sei onde é o
jardim,
onde te amei, num
abraço.
Coutinho Ribeiro
# posto por Rato da Costa @ 10.3.04
Rituais
Ao cuidado da Grande Loja do Queijo Limiano:
A new member of the New York State Grand Lodge of Free and Accepted Masons was killed when a senior member accidentally shot him at an initiation ceremony.
Para mais esclarecimentos, ler aqui.
# posto por til @ 10.3.04
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