terça-feira, 8 de março de 2011

Os Cordoeiros: Segunda-feira, Março 8 [2004]

GATO ESCALDADO?

O intelectual Prado Coelho fala em demasia. Escreve em demasia.
Às vezes, tem sorte e acerta. Leu muitos livros.
Outras tantas, só diz disparates que é o que sucede a quem supõe, por arrogância, encontrar-se num pedestal constituído por um quarto de página de um jornal diário.
Tal como muitas instituições se desacreditam – nisso estamos de acordo – EPC, não poucas vezes, cai no mesmo buraco.
Vem isto a propósito do que escreveu no Público do dia 8/03, “A Lista”, com que nos brindou.
Não me lembro de ter lido alguma vez – perdão, Senhor Catedrático, se me equivoco, mas acho mesmo que me equivoco – que EPC se tenha pronunciado, revoltado e a sério, a favor dos miúdos pedofilados e contra o Estado que devia tê-los protegido. Não contra a “Justiça”, história que não pega, pois a sede da Justiça é nos tribunais e não na Casa Pia. Sr. Prof., tem V. Exª algo contra a dita justiça? Fale na sua tribuna, queixe-se que é dos poucos portugueses que tem tribuna diária num jornal.
Mas andar agora, e sistematicamente, a desrespeitar o Procurador-Geral da República, EPC, não lhe fica bem. Sabe-se que tem orgasmos com aquela saída magistral do “gato constipado”. E que, segundo diz, todo o povo aplaudiu, sobretudo nos salões dos VIP's da cidade de Lisboa. Mas repetir, e voltar a repetir, a mesma anedota, já é anedota de mau gosto. Dá a ideia daqueles velhinhos (EPC é novo) que, em nos encontrando, nos narram sempre a mesma anedota. Arranje outra, EPC. Bolas, o Sr. é um criador de anedotas. Arranje mais uma, de contrário, e a determinada altura, vamos pensar que a sua imaginação criadora se ficou pelo “gato constipado”. Corre o risco do Público pensar que EPC está passado, caduco e despedi-lo paulatinamente.
Já agora, fale só do que sabe: não fale de “juízes” do Ministério Público, nem do “Procurador Souto Moura”. Que diria o Sr. Prof. se eu fosse agora anunciá-lo, naqueles congressos de sábios que frequenta, como sendo professor do ensino secundário? Dobre a língua, Sr. Prof. Só lhe fica bem.
Se assim não fizer, assemelha-se aos jornalistas básicos que, em se dirigindo a um ministro, dizem: “ó doutor, mas...”
Por amor de deus, EPC!!!
O Senhor é um catedrático das letras em Portugal!
Eleve-se ao nível que, afinal, merece e é o seu.

Seu admirador inefável,

Alberto Pinto Nogueira.
# posto por Rato da Costa @ 8.3.04

Com licença poética

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

# posto por til @ 8.3.04

Dia Internacional da Mulher

Em 1908, as operárias têxteis da fábrica "Cotton", em Nova Iorque, ocuparam as instalações para que as suas reclamações fossem ouvidas: redução da jornada de trabalho para 10 horas, descanso ao domingo, salário igual por trabalho igual.
As 129 mulheres que protagonizaram este protesto foram vítimas de uma resposta brutal. O dono da fábrica, acompanhado de guardas armados, incendiou o edifício e todas as mulheres morreram carbonizadas.
# posto por Rato da Costa @ 8.3.04

Sem comentários:

Enviar um comentário