O alerta do Conselho Regional do Norte da Ordem
dos Médicos de que irá aparecer por aí, num
futuro próximo, aquilo que o presidente desse organismo chama de "médicos
de segunda", com diplomas obtidos em escolas privadas ou por
"equivalência" (à maneira da controversa licenciatura de Relvas), devia ser levado a sério pelo Ministério
da Educação, que tanto fala em "rigor"
e em "qualidade".
A posição da Ordem
dos Médicos surge na sequência da notícia de que uma escola privada terá
arranjado maneira de transformar os seus licenciados em Ciências Biomédicas em turbolicenciados em Medicina (com dois meros anos de
formação especializada), entrando por "equivalência" no 4.º ano da
universidade espanhola Alfonso X, El Sabio. Tudo, como habitualmente, "dentro da lei".
O "caso
Relvas" é apenas expressão daquilo que poderíamos classificar de
"caso português", o chico-espertismo. Este atingiu proporções
inimagináveis com o negócio de diplomas em que se tornou algum ensino superior
privado (uma escola já oferece mesmo "licenciaturas duplas" em quatro
anos, ao bom estilo promocional do "pague uma e leve duas").
A não ser que o Ministério
da Saúde faça como o da Justiça, que não aceita licenciados à bolonhesa em Direito nas
magistraturas, o mais certo é que os turbomédicos acabem no SNS-D (D de "desconstruído") do dr. Paulo Macedo: ficarão em conta e, para quem é, bacalhau basta.
JN, 03/08/2012
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