quarta-feira, 3 de abril de 2013

Coimbra, 3 de Abril de 1975

       Henry Miller. Sexus. Mas não gosto. Sade fez melhor e para sempre. E com a vantagem de o fazer por conta da imaginação. Passou tanto tempo na cadeia, que certamente não praticou a milésima parte do que descreve. E a melhor maneira de ser Robinson é sê-lo em Londres. Miller e os da sua estirpe são adoradores concretos do próprio falo, cantam a glória da sua real potência. Exibem a virilidade em cada página. E não há nada mais repugnante do que um escritor a ejacular pela caneta.
Miguel Torga

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