Ocasiões há
em que enjoado de literatura, de literatos e das pequeninas intrigas do mundo
exíguo em que todos nos reduzimos ao tamanho dos comentários do Café, penso:
«Não! Vou arranjar amigos menos preocupados com a posteridade… Contemplar o
planeta com olhos diferentes nas órbitas… Medir os sentimentos com outra régua…»
Mas quando
tento isso, que acontece? Por mais que me esforce, não consigo furtar-me ao
velho vício de espiar os candidatos ao renovo da minha intimidade – observador-inimigo registar como falam, como franzem o nariz,
como bocejam, como suspiram…
Continuo, em
resumo, a reagir como literato – impossibilitado de viver como toda a gente e
de cortar as raízes de quase sessenta anos que me ligam aos livros e ao papel
rabiscado.
E então,
melancólico e contente, regresso ao Café.
JGF
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