Miguel Torga
segunda-feira, 8 de abril de 2013
S. Leonardo de Galafura, 8 de Abril de 1977
O Doiro sublimado. O
prodígio de uma paisagem que deixa de o ser à força de se desmedir. Não é um
panorama que os olhos contemplam: é um excesso da natureza. Socalcos que são
passadas de homens titânicos a subir as encostas, volumes, cores e modulações
que nenhum escultor, pintor ou músico podem traduzir, horizontes dilatados para
além dos limiares plausíveis da visão. Um universo virginal, como se tivesse
acabado de nascer, e já eterno pela harmonia, pela serenidade, pelo silêncio
que nem o rio se atreve a quebrar, ora a sumir-se furtivo por detrás dos
montes, ora pasmado lá no fundo a reflectir o seu próprio assombro. Um poema
geológico. A beleza absoluta.
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