Reli Em Nome da Terra em
segundas provas de um jacto (aliás, dois) aqui em Fontanelas.
E pude aperceber-me melhor do que vale o livro. E apesar de um ou outro passo
mais frouxo, creio que é bom. Pude mesmo entender razoavelmente o que eu nele
«quis dizer». E o que quis dizer foi talvez que a significação de todo o
contingente, e vão, e absurdo se resolve no «infinito». E que há a sacralização
do corpo, desde a epígrafe tirada de S. Mateus. E que
há na mulher amada uma eternidade que vai além da corrupção e é o absoluto do
seu ser. Achei também que as várias componentes do livro se ajustam num todo.
Sobretudo creio ter conseguido superar a lástima da degradação de um corpo numa
significação metafísica e equilibrar o espectáculo repulsivo dessa degradação
com a escrita discreta e mesmo algum humor que espero não tenha pisado o risco. Gostei do primeiro e
último capítulos, da descrição da deusa Flora, da conversa
com Cristo, do concerto de oboé, do encontro do narrador com uma criança no
jardim, da figuração amorosa de Mónica, do
almoço na esplanada com a música do cego, do banho no mar, de – não me lembro
mais e não tenho pachorra de ir ver. De todo o modo o ajustamento de todos os
elementos do livro nem sempre está bem esclarecido. De todo o modo creio que
não é um livro falhado, e que a generalidade dos leitores vai gostar. Precisava bem disso para ser
confirmado na minha esperança e fechar a minha aventura literária com chave ao
menos «de prata». Estou saturado da literatura – precisava. Porque me seria
extremamente penoso voltar a «escrever».
VF
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