• Um destes intriguistas que
abundam no meio literário veio confiar-lhe em segredo que o escritor X. lhe
dissera, indignado: «Fulano?... Não leio! Nunca o pude gramar!» Ao que o visado
contrapôs: «Óptimo! Não tenho então remorsos de nunca ter lido um livro dele!»
• O grande «segredo» ou
fórmula de Hollywood foi,
desde sempre, fabricar e vender felicidade em massa ilusória, claro está. A
cada qual a sua dose, como nos velhos romances de assinatura. Torná-la
acessível às multidões, como o pronto-a-vestir a baixo preço, outra invenção
dos bons judeus do Lower
East-Side de Nova Iorque.
Daí o seu triunfo universal, que tantos engulhos tem dado a críticos e outros
intelectuais que dele viveram. Não há celebridade que, tendo ganho regiamente a
vida a serviço dos estúdios de Hollywood, não tenha escrito um ou dois livros
contra aquele negócio de fancaria. Mas não se disse sempre que o mundo vive de
ilusão?... O caso é que esse conceito da felicidade pela imagem se esgotou, ingénuo
ou mercenário como era, e veio a Erótica
tomar-lhe o lugar, em muito mais baixa escala e a vil preço. Que ganhámos nós
com isso”
JRM
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