Leio sempre vários livros ao mesmo tempo. Às vezes estou
mergulhado a fundo num, quando aparece outro mais urgente a meter o cotovelo,
depois outro que se mete à frente desse e assim acontece que um dos primeiros
fica esquecido no montículo que se vai formando. Foi o que me aconteceu com um
livro fortemente incomodativo sobre O
Cérebro Humano, porque depois dele veio o número da revista dedicada a Heidegger, um outro
sobre o Eça,
romances, livros de poesia. Mas o cérebro humano. Li ainda pouco. Mas que
perturbante. Então não é que o mínimo agir humano até aos seus sentimentos tem
um lugarzinho marcado na massa cerebral? Houve um tipo que no tempo da
omnipotente ciência e laicismo veio cheio de farófia dizer-nos que nas
múltiplas dissecações que fizera nunca encontrara a alma. Isto é ridículo e
extremamente sério. Porque a alma não existe, mas existe a vida no estarem
vivos os centros do nosso ser. E sobretudo existe a consciência que tenho de
mim próprio, o sentir-me eu, e que estando naquilo que sou, não está senão no
sentir-me existir. A gente pensa no Condillac, que pensava o
homem como uma máquina (Interrompido).
VF
Sem comentários:
Enviar um comentário