sábado, 30 de março de 2013

30 de Março [1966]

Encontrei, entre papéis velhos, estas respostas a duas perguntas que me fizeram já não sei bem quando nem quem. Suponho que a Redacção de um jornal de jovens qualquer de Coimbra.
«I – O papel da Arte na vida do homem?
 Recrear, chatear (depois mudei para maçar), protestar, suplicar, iludir, adormecer, acordar, chorar, cantar, desfear, embelezar, berrar…
Tudo menos tornar o Homem Anti-Homem.
II – O papel da juventude no mundo?
 Envelhecer… Mas envelhecer para mim não é caminhar cegamente para a morte. Envelhecer é construir a juventude voluntária que, embora a gente nova por lei da natureza não acredite, vale quase sempre mais do que a outra, a involuntária.
Claro, o ideal seria que as duas juventudes coincidissem, como parece acontecer na mocidade actual.»
(Escrevi este pormenor final num momento de bela luta varonil da Academia contra o Governo. Hoje soa a lisonja – o que me pinta o coração de amarelo – ferrugem – desgosto vil…)
JGF

Sem comentários:

Enviar um comentário