quinta-feira, 28 de março de 2013

28 de Março de 1978

Não sei como é que o homo norte-americano, obrigado a lavar a louça e a olhar pelo bebé enquanto a esposa vai jogar o brídege com as vizinhas, ou fazer o seu loto à igreja paroquial, arranja tempo para produzir tanto romance, conto, obra histórica e peças de teatro. (2 de Janeiro de 1963) Mas é dessas experiências, sobretudo com alguma erótica à mistura, que ele nutre as suas obras! Como, aliás, vai acontecendo também em França.
Quando solicitado, o F. é capaz de chegar às fronteiras da loucura; de outro modo, fica no seu canto, imóvel, reduzido a zero, incapaz de iniciativa e de acção: um «trouxa», como lhe diz a Aurélia.
O mérito do escritor não está só em pensar ideias novas: mas em ir, intuitivamente, ao encontro do que outros pensam, e dar-lhes eco.
JRM 

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