terça-feira, 26 de março de 2013

26 de Março [1966]

Meditação de auto-análise com a concludente sentença absolvidora de que não trago o coração sujo de inveja ou de qualquer outra fuligem similar – embora nestes exames de consciência a sinceridade dos homens se enrede sempre em novelos de difícil destrinça.
Por outro lado, essa aparente virtude pode apenas corresponder a uma magnífica vaidade oca, adstrita à convicção parva de superioridade e desdém.
Ou pior ainda: ao resignado acreditar naquela voz que berra em mim desde a infância: «olha que tens mais do que mereces!... Goza, goza o equívoco!»
JGF

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