Um nenúfar aberto neste lodo!
Ou então desça todo
O teu silêncio
Sobre o charco tranquilo!
– Um silêncio tão largo e tão pesado,
Que nenhum condenado
Possa ouvi-lo.
Alguns versos de limpa transparência
À tona da maciça podridão!
Branca e alta emoção
De purezas eternas reflectidas!
Ou então
Que o teu silêncio inteiro
Aquiete de todo o coração
Dos poetas – os sapos do atoleiro.
PENAS DO PURGATÓRIO (1954)
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