Lisboa, 27 de Maio de 1960
Meu caro amigo,
Ainda não é esta a grande carta que lhe devo. Estou a acabar de ler a Escola – e então entregar-me-ei todo à crítica literária...
Não se assuste: diante do prodigioso «inventário» (no bom sentido) que é o seu livro, um crítico leitor como eu tem de baixar bandeira. A carta devida irá para a semana.
Agora vão os cheques de Maio, já razoavelmente atrasados. O final do romance chegou há dois dias, intacto e precioso.
Um grande abraço de todos nós
José Saramago
P.S. Esta carta será sempre a vergonha da minha cara!1
1 Uma nota de Miguéis: «É assim que eu gosto – ático ou preciso! (mas preferia notícias concretas!!)»
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