É bom. É bom retirar-me enfim da praça pública, da guerrilha infernal dos escribas, do alcance de tiro dos críticos fundibulários, dos jovens que procuram emprego nas letras, da compressão pior que a do metro, do falatório dos congressos e colóquios e mesas-redondas e jornais literários e suplementos literários, reconduzir-me enfim aos metros quadrados da minha nulidade. Estou farto. Estou cansado. Nunca tive uma vida fácil, vou ver se a torno agora fácil na minha dimensão. Sempre me intrigou o ódio canino dos sargentos da literatura, o seu prazer preferencial de me filarem, de afirmarem alto e canoro a minha inferioridade como o não fizeram com a generalidade dos escribas meus irmãos. Sair enfim da alta roda. É bom. É bom restituir-me todo à minha estrita possibilidade sem ramificações para ser possibilidade fora dela. Não querer saber, não querer ouvir, não ler o mundanismo em formulário de literatura. Sair do palco e sentar-me na geral. E ver daí o espectáculo, a continuação da guerrilha, os ódios, os venenos ciumeiros por causa de (interrompido).
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