quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

21 de Fevereiro de 1978

«Só o Nicho é Deus, e o Pataco o seu profeta.»
Este bom padre, numa hora de tentação, fez um filho na ama. O menino cresceu, inteligente, estudioso e respeitoso, e acabou por se formar doutor em Coimbra. Com a volta que tudo tem levado, um dia, ao levantar-se da mesa, ele disse: «A sua bênção, meu pai.» Ao que o velho ripostou: «Eu não sou pai, sou seu padre!» «Então o senhor não acata o aggiornamento da Igreja? Não diz a missa em português? E o Padre-Nosso não passou a ser Pai-Nosso? Fique sabendo que daqui em diante, como Deus, o senhor será apenas meu pai!»
Como, no nosso escritório de advocacia, rareavam os clientes e abundavam os visitantes, sobretudo os colegas a gabar-se das suas inúmeras «causas», o Bastos Guerra, que tinha costela de humorista, afixou na parede da sala principal o aviso seguinte:
NADA É TÃO PREJUDICIAL A QUEM NÃO TEM QUE FAZER COMO A PRESENÇA DOS QUE TRABALHAM!
Se não foi invenção dele, ao menos vale a pena lembrá-lo.
JRM 

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