A minha rede de captura de borboletas está suspensa,
espero apenas que a mariposa
me instigue através dos seus recuos, das suas hesitações. Como ficaria feliz se
me pudesse dissolver em luz e ar, apenas com o intuito de me aproximar e ser
capaz de a dominar. Entre mim e a presa, agora, a velha lei da caça se instala:
quanto mais eu, com todo o meu ser, tento obedecer ao animal, mais me converto,
corpo e alma, em borboleta. Quanto mais perto estou de cumprir o desejo de caçador,
mais esta borboleta ganha a forma da vontade humana. No final, é como se a captura
fosse o preço que tenho que pagar para recuperar minha existência humana. […]
No regresso da caça, o espírito da criatura condenada toma posse do caçador.
Tradução
livre de excerto de A Caça à Borboleta,
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