S. Martinho de Anta, 25 de Agosto de 1979.
ECO
Desatei o nó cego do silêncio
E ouvi a minha voz.
Tão velha, tão cansada!
Como pode ser ela, assim desfigurada,
A que um dia se ergueu num desafio
E cantou a revolta,
A liberdade
E o amor?!
Grande senhor
Fantasioso,
O tempo dá e tira.
Afina
E desafina
A lira
Dos poetas.
E quando se aproxima
A barca de Caronte,
Num último capricho de os negar,
Reduz a fonte
À sede de a lembrar.
p. 109
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