Abro o livro da vida, o catecismo
Onde qualquer analfabeto lê.
Abro, soletro e cismo:
Um outro céu, porquê?
Tudo aqui tão visível e concreto!
Tudo florido em letras de verdade!
Um rio passa, e passa a majestade
De um Júpiter discreto
Que liquefez a própria eternidade.
Deixar o certo pelo duvidoso!
Trocar a amada por um querubim!
E este corpo terroso?
E este viril amor que existe em mim?
Perguntas e respostas que eu entenda!
E nada de mistérios de encomenda
Onde uma cobra sorna se enroscou...
Pedir a alguém que sofra e se arrependa
Por causa da maçã que um outro mastigou!...
A bem-aventurança natural.
Um Paraíso onde se possa ir:
Árvores do bem e do mal,
E na porta este aviso paternal:
– É proibido proibir!
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