domingo, 28 de julho de 2013

Nesta data, em 1966, escreveu J. Gomes Ferreira...

Sonho pouco. Ou com mais propriedade: raras vezes me recordo dos sonhos nocturnos.
Esta manhã, porém, embora me tenha esquecido de inúmeros pormenores de ligação, lembro-me perfeitamente do pesadelo da noite passada.
Tudo começou num elevador, onde entrei na companhia dum homem de olhos de galo – elevador que, em lugar de subir, não sei por que manobra onírica, pôs-se a andar horizontalmente.
A certa altura parou e o homem de olhos de galo disse-me que saltasse.
Encontrei-me então numa cidade desconhecida em que o edifício da praça principal ostentava na fachada, em letras enormes, um VIVA A MONARQUIA! insólito.
Desejoso de descobrir o nome da cidade, percorri-a em várias direcções, embora soubesse que a verdadeira razão dessa busca era outra, aliás impossível de descobrir.
A imagem mais perturbadora foi a última: uma longa sala em cotovelo, espécie de enfermaria onde se enfileiravam dezenas de leitos, enquanto, no chão, um bicho repelentemente enorme e gordo perseguia um aranhiço de pernas finas.
Neste momento a luz apagou-se.
Quando reapareceu, a aranha das pernas finas tinha devorado o monstro gordo do pesadelo.

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