Há vários anos disse eu que se um dia viessem a extirpar-se as raízes do
comunismo soviético, o Mundo seria coberto por um enorme pivete. Hoje o Público traz uma reportagem sobre o que
se passa agora nesse paraíso perdido. Que coisa incrível. Assaltos,
prostituição, miséria, um horror. Entretanto, onde quer que os comunas consigam
ainda alojar-se, como em certo jornal da província, a música continua a mesma.
Aqui há tempos uma fúfia que aí colabora, indignada com o anticomunismo, pedia
que lhe mostrassem exemplos de miséria na União Soviética. Já largamente foram
mostrados – pedintes de lata de esmolas na rua, vistos na TV e jornais. Julgam
que a fúfia se deu por achada? No jornal de hoje falava-se de um filme exibido
em Moscovo em que se mostra a podridão dos grandes senhores soviéticos e em que
se pede para os comunistas um castigo igual ao que foi dado aos nazis em
Nuremberga. Ovação geral do pagode que assistia.
O pior de tudo é que ainda se podia até hoje «dizer mal» do comunismo. Dizer
mal agora de quê? Que ponto de referência para a organização do meu sentir? O
jornal Le Monde trazia há dias uma
larga referência aos meus livros traduzidos com uma grande fotografia minha e
(Interrompido).
Vergílio Ferreira
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