domingo, 28 de julho de 2013

Nesta data e na anterior, escreveu Miguel Torga em 1977 e em Coimbra...

Às vezes fico-me a pensar se não irei por um caminho errado. Se, herdeiro da minha própria contestação, me não terei transformado num polícia de mim mesmo. Se não vivo a acautelar o verbo para me não desmentir.


Ainda a propósito da nota de ontem. No fundo, a sociedade e os respeitos humanos acabam por perder o artista, exigindo-lhe a coerência dos que vivem a rotina dos dias. Dos que dão hoje os mesmos passos de ontem, e que darão amanhã os mesmos passos de hoje. Se as vozes do mundo o deixassem ser só quem é, ele até podia ser um poço de contradições. Natureza imprevisível, o pior que se pode pedir a um poeta é que seja fiel às suas palavras. 

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