segunda-feira, 18 de julho de 2011

MIGUEL TORGA – DIÁRIO XIII, p. 98

Coimbra, 18 de Julho de 1979 – Fim trágico, este meu. A lucidez perde-me. Vejo as minhas limitações com tal acuidade que não fica margem para qualquer ilusão. Nunca fui um autor convencido. Mas o mal tem-se agravado ultimamente de uma forma cruciante. Só atento às imperfeições do que escrevo, acabo por me enrodilhar na própria escrita como um peixe na rede. Quero seguir, e marco passo no mesmo sítio. Sou uma encruzilhada de caminhos sem saída.

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