sábado, 6 de outubro de 2012

6 de Outubro de 1977

Ao encontro de Berlim, em que os partidos comunistas europeus resolveram assumir a liberdade de acção, tanto quanto à doutrina como quanto à prática aconselhadas por Moscovo, coisa que só ingénuos (como Le Monde e até o New York Times) podem tomar a sério, há quem o interprete assim:
1) As Harmonias Discordantes.
2) Os Acordes Dissonantes.
3) O Desconcerto Harmonioso.
4) A Sinfonia Desconcertante, ou ainda,
5) A Concertante Desafinação…
«Já tenho a cura para todos os teus males!»
«Dize lá qual é?»
«Vai prò CURARE!»
Eu sou aquele português anónimo a quem o presidente-general Costa Gomes, na recepção que ofereceu aos portugueses no Hotel Waldorf-Astoria, de Nova Iorque, após uma breve troca de palavras e com um aperto de mão, respondendo a uma pergunta minha, declarou em alta e bem timbrada voz: «EU SOU POR NATUREZA UM MODERADO!» O que causou a consternação de alguns presentes.
«Ai mãezinha! Ai mãezinha!», gemeu o estudante provinciano, ao montar-se na idosa patroa da «república», de propósito para demonstrar (o mafarrico!) que o autor do romance, pois de romance se tratava, era muito lido em Freud nas traduções francesas, e conhecia de cor e salteado o complexo de Édipo. Vai a Censura (que tinha umas vagas noções a tal respeito) e apreende-Ihe(?) a obra, dando-lhe assim uma aura de prestígio! Depois venham dizer-nos que não tivemos génios comparáveis aos de BlumsburyVirginia Woolf, Kate Mansfield, ou mesmo um Forster ou um Lytton Strachy! (Perdão, duvido que estes dois últimos tivessem escrito aquele brado incestuoso, não só por medo às autoridades, mas porque ambos eram de escola do amor-ao-contrário!)
Diz-me esta mulher ainda jovem, mas tão experiente como atraente: «Com os rapazes novos, faz-se muito amor – nem sempre satisfatório! – e a conversa é pouca ou de menos interesse; ao contrário, com um homem maduro e de espírito, faz-se pouco amor, mas passam-se horas de convívio delicioso!» 

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