Foi fácil
chegar a Lerici, um pequeno
porto com um imponente castelo empoleirado na ponta que inspirou o pintor Arnold Bocklin, o
autor do quadro “A Ilha dos Mortos”. Bocklin viveu ao lado da Casa Magni, a
casa branca onde habitavam os Shelley, uma mansão de
dois andares e colunas, à beira-mar, que Mary odiava porque naquele tempo era
tudo mato, escuro e lixo à volta e as pessoas eram extremamente pobres e sujas.
Esse local
chama-se San Terenzo, um
minúsculo porto de pesca com os barcos recolhidos nos passeios debaixo dos pinheiros
e também com o seu pequeno castelo que contem memorabilia de Mary Shelley e se
confunde com as casas em redor,
Shelley
chamava à paisagem que avistava em frente à casa, a “Baía
Divina de Lerici”. As casas em Lerici sobem pelas colinas, disfarçadas pelo
arvoredo e rodeadas de laranjais. A paisagem é verde e azul, salpicada pelo
amarelo e cor de tijolo das moradias.
Um passeio
pedestre liga Lerici a San Terenzo, numa inesquecível viagem a pé de uma hora.
Ao longe, para lá das águas, vê-se a aldeia de Portovenere onde vivia Byron e onde tinha a sua
gruta pessoal na qual escreveu a peça The Corsair.
Conta-se que Byron vinha visitar os Shelley a nado, assim como se fosse do Cais
das Colunas ao Barreiro,
o que para o exímio nadador não era nada. Uma horita para cada lado. Levaria
certamente menos tempo do que se viesse em diligência ou a cavalo pela montanha
até La Spezzia, seguindo
depois em subidas e descidas para Lerici.
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