domingo, 9 de setembro de 2012

Golfo dos Poetas, 19 de maio de 2012

Foi fácil chegar a Lerici, um pequeno porto com um imponente castelo empoleirado na ponta que inspirou o pintor Arnold Bocklin, o autor do quadro “A Ilha dos Mortos”. Bocklin viveu ao lado da Casa Magni, a casa branca onde habitavam os Shelley, uma mansão de dois andares e colunas, à beira-mar, que Mary odiava porque naquele tempo era tudo mato, escuro e lixo à volta e as pessoas eram extremamente pobres e sujas.
Esse local chama-se San Terenzo, um minúsculo porto de pesca com os barcos recolhidos nos passeios debaixo dos pinheiros e também com o seu pequeno castelo que contem memorabilia de Mary Shelley e se confunde com as casas em redor,
Shelley chamava à paisagem que avistava em frente à casa, a “Baía Divina de Lerici”. As casas em Lerici sobem pelas colinas, disfarçadas pelo arvoredo e rodeadas de laranjais. A paisagem é verde e azul, salpicada pelo amarelo e cor de tijolo das moradias.
Um passeio pedestre liga Lerici a San Terenzo, numa inesquecível viagem a pé de uma hora. Ao longe, para lá das águas, vê-se a aldeia de Portovenere onde vivia Byron e onde tinha a sua gruta pessoal na qual escreveu a peça The Corsair. Conta-se que Byron vinha visitar os Shelley a nado, assim como se fosse do Cais das Colunas ao Barreiro, o que para o exímio nadador não era nada. Uma horita para cada lado. Levaria certamente menos tempo do que se viesse em diligência ou a cavalo pela montanha até La Spezzia, seguindo depois em subidas e descidas para Lerici. 

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