Aqui me venho desfazer em escrita,
enquanto me não visita de novo a ficção em forma humilde de conto ou novela. E
assim aproveito o regime de dieta para mastigar o que me não faça mal e facilite
a digestão. Cavaqueira, pois, inconsequente. Confraternizei há pouco num novo restaurante
brasileiro, ali à Praça de Alvalade, com as minhas amigas camonianas, a
Clarisse, a Judith e a Margarida. Todos lá passamos o Equador depois que em
Dezembro a Margarida cinquentanizou e agora todos entrámos em «contagem decrescente»
como se diz em astronáutica. E isso vê-se já subscrito na face, mesmo das mais
jovens, com um leve apagamento do que é vitalidade, ainda que na alegria da
conversa. Mas o almoço.
Eu tinha ainda na memória estes repastos
carniceiros com que no Brasil me alimentaram. Todas as vacas das pradarias vieram
ao serviço com as múltiplas faculdades acepipeiras com a Natureza as dotou. E
assim, depois dos chamados aperitivos, são já um almoço a transbordar, vieram
os serviços de base que essencialmente consistiam na vinda sucessiva de um funcionário,
armado com uma longa «espetada» de carnes várias que nos iam fatiando para o
prato até o demónio da gula dizer basta, E no fim frutas endógenas e exógenas e
o café cigarrado para a assossega. Eu tinha feito à Clarisse uma consulta sobre
a Judite da Bíblia que
nas minhas várias bíblias se tinha escapada para o não-ser, como Deus. Mas ela
tinha uma Bíblia «dos Capuchinhos»
em que a dita Judite funcionava ainda. E leva de me oferecer, com as duas
outras amigas, um exemplar do grande livro. Fiquei derretido, como é de ver. E
agora vou reler a Grande Lei, porque assim em edição desconhecida e em estado
novo, é como se nova ela fosse também. E talvez tenha uma conversa de homens com
o esquecido Jeová – mesmo
com o doce Jesus Cristo,
em todo o caso mais do meu convívio e simpatia.
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