JRM
segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
11 de Fevereiro de 1978
• A Dona Eponina – inteligente, activa, gorducha, e
desafortunada – teve dois filhos ilegítimos de um grande herói nautocolonial da
monarquia, cujo nome foi dado a uma vila africana. Os dois meninos foram
educados como internos de uma instituição do Estado. Vivendo pobre e só com a
mãe velha e um irmão, sacerdote regressado do Oriente, ela mostrou sintomas de
paranoia: ouvia vozes. De tempos a tempos – «Lá andam eles outra vez a falar
mal de mim» – corria a meter-se na casa de saúde… Melhorava, e tornava à vida
activa. Aparecia lá por casa: «Ó Dona Adélia, três horas da tarde e eu sem
almoçar! Arranjava-me aí dois ovos fritos, por favor?»
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