domingo, 5 de dezembro de 2010

Taberna do diabo

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Um dia fui dar com Deus
Na taberna do diabo
Entre Cristãos e ateus
Fizeram de mim soldado
E eu sem querer
Fui embarcado
E eu sem querer
Fui embarcado

Levei armas e um galão
Para o outro lado do mar
Quis levar o coração
Não mo deixaram levar
E eu sem querer
Ia matar
E eu sem querer
Ia matar

Deram-me uma cruz de guerra
Quando matei meu irmão
E a gente da minha terra
Promoveu-me a capitão
E eu sem querer
fiquei papão
E eu sem querer
Fiquei papão

Todos me chamam herói
Ninguém me chama Manuel
Quem quer uma cruz de guerra
Que eu já não vou pró quartel?
Quem quer uma cruz de guerra
Que eu já não vou pró quartel?

Cancioneiro do Niassa

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