Déjeuner du matin
Il a mis le café
Dans la tasse
Il a mis le lait
Dans la tasse de café
Il a mis le sucre
Dans le café au lait
Avec la petite cuiller
Il a tourné
Il a bu le café au lait
Et il a reposé la tasse
Sans me parler
Il a allumé
Une cigarette
Il a fait des ronds
Avec la fumée
Il a mis les cendres
Dans le cendrier
Sans me parler
Sans me regarder
Il s'est levé
Il a mis
Son chapeau sur sa tête
Il a mis
Son manteau de pluie
Parce qu'il pleuvait
Et il est parti
Sous la pluie
Sans une parole
Sans me regarder
Et moi j'ai pris
Ma tête dans ma main
Et j'ai pleuré.
Extraído de "Paroles", Jacques Prévert
# posto por Rato da Costa @ 21.12.03
Respondendo...
Os mitos parecem ser diversos, mas os interesses que os mitos servem são, sempre, os mesmos. A forma de reagir contra os mitos é diversa, e depende não só das pessoas, das suas inteligências, da sua cultura, mas também, da forma da sua organização.
Concordo com o comentário 2, deixemo-nos de tratas. Sejamos claros a agir e rápidos a actuar.
Não esperemos pelos ovnis para resolverem os nossos problemas.(Barthes trata disso).
Fechar os olhos aos problemas é clonarmo-nos em macacos. e fecharmo-nos até que a morte nos alivie.
Falo para pessoas vivas, cuidado com os médicos que frequenta.
As chefias não são tudo na vida.
Jacobo Vanzetti
Um riso divino na coisa escura
Narra uma velha história que, durante aceso debate a propósito de um certo problema levantado pela interpretação do Talmude e sobre o qual nenhum consenso havia sido conseguido, o rabino Eliezer, cujo pensamento jurídico rigoroso e elegante não era seguido-pela maioria dos presentes, afirmou que, se o seu raciocínio fosse correcto, um ulmeiro situado fora da sinagoga se deslocaria. Quando a árvore se moveu de facto, os restantes rabinos não pareceram impressionados. Eliezer vaticinou então que, caso estivesse com a razão, o curso de um rio vizinho inverteria a sua direcção, o que efectivamente aconteceu; acrescentou ainda que os muros da escola rabínica se desmoronariam, o que de novo sucedeu. Estas maravilhas não convenceram, no entanto, os rabinos. Por fim, proclamou solenemente que o próprio Céu faria a prova da sua razão. Foi então que uma voz celeste confirmou a opinião de Eliezer. Todavia, até mesmo desta voz os rabinos discordaram, dizendo: "Não podemos dar atenção à voz divina porque Tu mesmo escreveste na Torah, no Monte Sinai, que nos devemos inclinar perante a opinião da maioria". E Deus riu então, repetindo: "Os meus filhos venceram-me, os meus filhos venceram-me" (Talmude da Babilónia, Baba Mezia, 59b).[1]
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[1] cf. capitulo I da obra de Gunther Tewubner - O Direito como sistema autopoiético, "E Deus Riu..." Indeterminação, Auto-Referência e Paradoxo no Direito
P. B.
# posto por Rato da Costa @ 21.12.03Direito de resposta judicial
O Conselheiro Pires Salpico respondeu, na última edição do Público, taco a taco, ao Bastonário da Ordem dos Advogados. Que me lembre, é a primeira vez que um magistrado usa do direito de defesa em relação a críticas públicas sobre decisão judicial por si proferida, o que poderá causar engulhos a certas consciências mais recatadas.
Porque não? Não será altura de usar as mesmas armas (igualdade de armas) e acabar com o monopólio de que certas entidades gozam na utilização da comunicação social?
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