Ceira, 12 de Junho
BONANÇA
Morta a voz da tempestade,
À terra, estendida ao sol,
Enxuga o corpo molhado.
Nuvens de sonho e humidade,
Tiras de um grande lençol,
Atam a testa dos montes.
Numa alegria futura,
Cantam, felizes, as fontes
Que sedes velhas secavam.
E sorriem na lonjura
Coisas que há pouco choravam.
Miguel Torga, DIÁRIO III, p. 171.
Miguel Torga, DIÁRIO III, p. 171.
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