quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

“Tablóides” - 1967 (à margem dum livro)

• O meu realismo seria, segundo uns, «ético», segundo outros, «crítico», para outros ainda, «poético». Será talvez tudo isso a um tempo? Houve mesmo quem me considerasse um dos introdutores do neo-realismo («Casa de Ricos» ou «O Acidente»). E por que não de um realismo sans rivages? Ou, melhor ainda, sem colete-de-forças?

• Este homem, na juventude, aparentemente grande leitor, falava com grande entusiasmo dos escritores então estimados: Gide, Wilde, Proust, Romain Rolland, Barbusse e outros muitos, e pode-se até dizer que ele foi o introdutor de alguns deles no nosso acanhado meio: e no entanto, ao escrever, e sobretudo ao agir, ele foi a mais completa negação dessas admirações! Todo ele foi praticalidade, oportunismo e culto do interesse próprio. (d.p. 4 de Abril de 1978)

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