sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

“Tablóides” – 28 de Setembro de 1973

• Coisa só possível numa terra de improvisadores impressionistas, inexperientes e, portanto, irresponsáveis, aptos a saber de tudo e a ajuizar de tudo, espantava-se um (pseudo) crítico de que eu, sendo «um escritor voltado para o passado» (!), tivesse escrito um romance – Uma Aventura Inquietante – «que é um ensaio sobre a liberdade». Mas fui eu próprio que o disse algures! Ele não fez senão copiar-me… É evidente que nunca me leu nem conhece nada do meu passado… todo voltado para o futuro! Para comentar uma simples frase ou ideia, torna-se por vezes imperativo conhecer a obra e até a vida de um escritor, todo o moisaco não só literário mas ético e cívico da sua existência: pois tudo é parte da sua vivência ou criação. Onde é que tais jovens aprenderam e a quem deram eles provas da sua seriedade e preparação profissional? É destes críticos e pensadores que está cheio o nosso inferno… mesmo sem fascismo! 

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