terça-feira, 4 de junho de 2013

4 de Junho [1966]

Diante da Fábrica da Tabaqueira, em Albarraque, os deuses do neocapitalismo triunfante ergueram uma estátua solene ao Capital de Sempre na forma de Alfredo da Silva.
É o símbolo mais grosseiro que vi, até hoje, virado para o Sol: um homem impertigadamente gordo e grosso, de fraque, bengala na mão direita e charuto (sim, CHARUTO!) na mão esquerda. Uma autêntica caricatura de bronze insolente como que saída dos primeiros romances neo-realistas que, pelo visto, não são tão inventados como se nos afiguram agora, em pleno momento de idílio sórdido do neo-socialismo (desossado do marxismo) com o neocapitalismo…

J. Gomes Ferreira

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