terça-feira, 11 de junho de 2013

11 de Junho de 1978

Em confronto com a torrencialidade por vezes injustificada, desnecessária e até fatigante de um Günther Grass, e mesmo com as extensas minúcias (estas prodigiosas!) de um Heinrich Böll, a «incontinência verbal» de que me acusou certo crítico chega a parecer mutismo!
Olhando o panorama geopolítico, não me restam dúvidas de que avançamos velozmente para um sinistro destino beckettiano – mundo «da privação e da terminal desolação», sem lógica, sem coerência, finalidade ou razão, de incertas e obscuras formas, onde os homens, rastejando moles e titubeantes como novelos de lombrigas, se hão-de debater em vão para alcançar o parapeito da insondável cisterna que os retém prisioneiros e ignorantes da sua sorte.

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