Coimbra, 3 de Outubro de 1979 – Telefonema
dum prócere
político. Parecia uma namorada do lado de lã da linha. Mas quanto mais ele
adoçava as palavras mais eu lhes sentia o travor da
insinceridade. Nesta terra (e certamente nas outras), quando um governante bate
à porta de um poeta nunca é para render preito à poesia. É para tirar partido
do algum prestígio que ela ainda tenha. Era precisamente o caso. E troquei as
voltas ao sujeito com uma pequena ironia:
– Não, não
conte comigo. A sua eloquência dispensa a minha gaguez...
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