Bo
Congratulemo-nos,
o nosso cão de
água já está na Casa
Branca. Não sei como irão lá pronunciar o nome que lhe deram, mas espero
que o façam à francesa, como se tivesse um acento circunflexo na letra o, com o
que significaria belo, nem mais nem menos. A esta hora o seu retrato já deu a
volta ao mundo, os grand
danois e os galgos da Pomerânia mordem-se de inveja, enquanto a rafeirada
portuguesa celebra o sucesso com expressões de justificado orgulho patriótico.
Em todo o caso, permito-me dizer que tenho uma séria reserva a manifestar: é
não conhecer de todo um cão d’água ter-lhe posto ao pescoço, para a fotografia,
um colar de flores, como se ele fosse uma dançarina havaiana. Com apenas seis
meses de idade, Bo ainda não tem
perfeita consciência do respeito que deve ao ramo canino em que teve a sorte de
nascer. Querendo a Casa Branca, podemos emprestar por algum tempo (não muito
porque nos faz falta) o nosso Camões para servir de
preceptor ao cachorro presidencial e ensinar-lhe as maneiras por que deverá
pautar-se, em todas as circunstâncias, um digno cão d’água de ascendência
portuguesa. Portugal oblige.
Sem comentários:
Enviar um comentário