• Uma
mulher que conheceu de perto Marcel
Proust –
timorato, pouco falador, desajeitado no vestir, e até, por fim, algo seboso –
dizia dele: «Nunca conheceu pessoalmente os duques nem as autênticas princesas
de que fala. Utilizou informações de segunda mão. Nem eles e elas o teriam
recebido, pois só tinham relações com gente da sua igualha.» (Muito embora,
desde Napoleão
III e sob a
Terceira República, tenham sido muito numerosas as alianças matrimoniais entre
a velha aristocracia francesa, desdoirada, e a classe ascendente dos judeus
endinheirados. Filho de mãe israelita, Proust tinha uma ardente curiosidade
pelo «grande mundo» a que sonharia pertencer.) O curioso é que, dentre tantas
personagens, a Albertine disparue, que me seduziu pelos meus
vinte e poucos anos, era não duquesa mas chauffeur
de camião! Ah, os poderes alquimizantes do génio!
• Viajando
pela Espanha, aos inúmeros espanhóis que lhe perguntavam como ia a política na
sua pátria, este português respondia com o sotaque nacional: «Pués, la Democracia Socialista en Portugal
está cada dia más sucia y menos lista!»
“Tablóides”
Sem comentários:
Enviar um comentário