quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Dia-a-dia

Esta amiga repete-me, rindo, uma canção de revista que se lembra de ter ouvido à mãe, na infância: «Maria, são teus olhos azeitonas, / Cachopa, tua boca qual cereja! / E os teus seios cachos de uvas que abandonas / À carícia desta boca que os deseja!» «Mas é uma canção antropofágica!», digo-lhe eu. «Cheia de metáforas alimentares ou gastronómicas! A mulher reduzida a objecto duma fome insaciável!» E desta vez ela não ri. [JRM, 29/3/1977]

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